O Hospital possui o primeiro núcleo de cirurgia de implante coclear do Meio Norte do Brasil e completou 120 atendimentos em 2017

“Em abril eu fiz a cirurgia do lado esquerdo e estou me adaptando muito bem. Voltei a ter a segurança que eu tinha antes, já estou conversando em casa com minha esposa, meus filhos e alguns familiares. De maneira que eu estou sentindo um progresso muito bom para mim, voltei a ter segurança de encarar o mundo só, resolver meus problemas pessoais sem o auxílio da minha esposa”. É com essa simplicidade e alegria que o bancário José Vandelenio Rodrigues fala sobre o resultado do Implante Coclear, uma cirurgia corretiva da audição que é a esperança para vários pacientes e é realizada desde 2011 pelo Hospital Flávio Santos.

José é um dos 120 pacientes que já foram operados pela equipe do Hospital Flávio Santos desde que o procedimento começou a ser realizado. Nesses seis anos, além de devolver a audição para várias pessoas, o hospital vem difundindo o procedimento que é a opção em casos onde apenas o aparelho de audição já não é mais suficiente para auxiliar os pacientes. Segundo o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Desses, 2.147.366 milhões apresentam deficiência auditiva severa, situação em que há uma perda entre 70 e 90 decibéis (dB). Cerca de um milhão são jovens até 19 anos.

A prevenção e o diagnóstico precoce permitem oferecer qualidade de vida para os pacientes que podem ter mais independência e menos limitações. O médico otorrinolaringologista Flávio Santos explica a importância de observar desde cedo possíveis problemas de audição e buscar um diagnóstico acertado para cada caso, pois quanto mais breve começar o tratamento, melhores são os resultados.

“A avaliação precoce é muito importante, a estimulação precoce da criança é fundamental, o diagnóstico precoce mais importante ainda. A criança que nasce com problema de audição deve ser, uma vez diagnosticada, aparelhada e em torno de um ano, um ano e meio de idade estar pronta e apta para realizar a cirurgia do implante coclear. Com isso, a cirurgia é realizada no seu tempo hábil, ela vai proporcionar uma recuperação, um acompanhamento e um ganho auditivo muito bom quando feito tudo no seu devido tempo. Então vai um alerta aqui aos pais que ao menor sinal que perceba que o seu filho não escute você deve procurar um serviço que trate de surdez para que tenha um diagnóstico precoce e um tratamento o mais rápido possível”, explica o especialista.

 

Implante Coclear

O Implante Coclear é um aparelho implantado na orelha cirurgicamente e capaz de estimular diretamente o nervo auditivo, causando sensações sonoras. O implante tem uma porção interna, que fica dentro do ouvido do paciente, e uma porção externa, que é acoplada logo atrás da orelha e se mantem em posição por meio de um imã. A cirurgia é relativamente simples e de rápida recuperação. “A cirurgia do Implante Coclear é um procedimento que dura de uma hora a uma hora e meia. É um procedimento que o paciente fica internado apenas 24 horas e, em seguida, ele já vai para casa. E, após a colocação do componente interno do implante, que é colocado na cóclea, esse equipamento é ligado com 30 dias. Ou seja, o primeiro instituo auditivo não vai ser dado durante a cirurgia, mas sim 30 dias após o procedimento. É uma cirurgia relativamente tranquila, em que a recuperação do paciente se faz no dia a dia e, em torno de cinco a sete dias, ele está com suas atividades absolutamente normais”, esclarece o otorrinolaringologista Flávio Santos.

O procedimento é uma opção para atender pacientes com perdas de audição mais severas e também pacientes acometidos por outras patologias que podem ocasionar a perda da audição, como explica o também otorrinolaringologista, Vitor Yamashiro. “Normalmente é um paciente que tem uma perda auditiva, uma perda sensorial severa, profunda e que normalmente não está tendo ganho com o aparelho auditivo convencional, que é aquela prótese auditiva. Quais são as possíveis causa da perda auditiva que levam o paciente a ser candidato ao implante coclear? Normalmente é um paciente que perdeu audição bilateral após um trauma. Paciente que perdeu audição após uso de droga que tem alta toxidade, após episódio de meningite que leva também a perda da audição. Paciente que vem tendo uma perda da audição ao longo de anos da vida pode ser em decorrência da idade ou doença genética. Outro tipo de doença que levam por exemplo, a ossificação coclear e o paciente acaba evoluindo com a perda de audição profunda e sem o ganho de prótese auditiva convencional”.

Comprovada a necessidade e aptidão do paciente para a realização da cirurgia, ele passa a ser acompanhando por uma equipe de vários profissionais que vão avaliar a implantação do equipamento e acompanhar até o funcionamento efetivo do equipamento. “O paciente quando entra para avaliação de implante coclear passa por uma equipe multidisciplinar e na avaliação fonoaudiológica, nós avaliamos a questão auditiva, avaliação de percepção de fala e avaliação de linguagem. Posteriormente, vamos discutir com a equipe toda a parte avaliada e indicar a possível cirurgia para esse paciente. Nessa avaliação decidimos qual lado implantar, discutindo com os médicos qual o lado para realizar a cirurgia, qual lado terá mais benefícios. No centro cirúrgico a “fono” atuará na parte dos exames de telemetria e telemetria neural. São dois testes que a gente faz ainda com o paciente anestesiado, para ver o funcionamento desse implante”, detalha a fonoaudióloga Gerissa Neiva.

Um mês após o paciente é novamente chamado ao hospital para realizar a ativação do equipamento e o paciente passa ouvir, mas o acompanhamento não para por aí, durante o primeiro ano os pacientes continuam sendo acompanhados para realizar ajustes no equipamento e, consequentemente, melhorar modo como ele ouve e fala. Essa etapa de acompanhamento é chamada de reabilitação auditiva, onde os profissionais de fonoaudiologia estimulam o aprendizado ou adaptação do paciente para a nova realidade, a realidade poder ouvir os sons.

“É nessa reabilitação que o paciente vai aprender os novos sons, porque ele está nascendo para a audição. Ele precisa saber que existe a batida da porta, ele precisa saber o nome dele, então a gente precisa ensinar esses sons para ele, então fazemos essas terapias para concluir o processo”, conclui Fabiane Leandro, fonoaudióloga que também integra a equipe do Hospital Flávio Santos.

 

Hospital Flávio Santos

Com 28 anos de atuação, o Hospital Flávio Sousa é especializado no atendimento em ouvido, nariz e garganta, sendo o primeiro do Piauí com atendimento 24 horas. Além disso, o hospital é pioneiro com o primeiro núcleo de cirurgia de implante coclear do Meio Norte do Brasil e conta também com um novo núcleo de cirurgia estética facial.