Os quadros de dor de garganta podem ocorrer em pessoas que fizeram a cirurgia para a retirada das amígdalas, uma vez que o procedimento diminui muito a probabilidade de ocorrência de infecções bacterianas, mas não afeta a probabilidade de ocorrência de infecções virais.

Quando falamos em amígdalas, estamos nos referindo às amígdalas palatinas, chamadas assim por ficarem próximas ao palato (céu da boca). As amígdalas palatinas são órgãos de defesa que fazem parte de uma estrutura chamada anel de Waldeyer. Ela circunda o fundo da garganta (faringe) e inclui também a adenoide (que se localiza no fundo do nariz, acima da garganta, somente visível com instrumentos), amígdalas peritubárias (no interior do nariz, próximo à adenoide) e as amígdalas linguais (que ficam na base da língua, próximo das amígdalas). O anel de Waldeyer nos protege de vírus e bactérias que entram no nosso corpo pelo ar e por alimentos.

Todas essas estruturas podem ser alvo de infecções. As infecções virais em geral causam inflamação da parede da garganta (faringite) e das amígdalas palatinas. As de origem bacteriana levam principalmente à infecção das amigdalas palatinas.

Estudos mostram que na população geral 75% das dores de garganta estão relacionadas a infecções virais e 25% estão relacionada a infecções bacterianas. Entretanto, a incidência de infecções bacterianas nas pessoas que fizeram cirurgia é muito reduzida, já que essas afetam as amigdalas palatinas.

É interessante notar que, embora as amigdalas sejam parte do sistema imunológico, diversos estudos mostram que não ocorre alteração significativa da capacidade de defesa do corpo apos a cirurgia para retirada das amígdalas. Com efeito, não há dados na literatura que apontem para maior gravidade de infecções em pessoas sem amígdalas.

Quanto ao tratamento dos casos virais, as recomendações são as mesmas para todos os pacientes: inclui analgésicos, antitérmicos, dieta leve, hidratação abundante e repouso.

Fonte: Minha Vida