Tecidos moles que atuam no sistema imunológico, as amigdalas têm um papel importante nas defesas do nosso organismo. Existem as amigdalas palatinas, localizadas na faringe e as amigdalas linguais, que ficam embaixo da língua. Ambas podem sofrer processos de infecção e inflamação, aumentando de tamanho quando isso acontece e causando dificuldades para engolir e respirar, em alguns casos.

O otorrinolaringologista Alexandre Roldi explica que as amigdalas estão localizadas em pontos estratégicos do corpo. É ali onde passa o ar, a comida e as impurezas iniciais que entram através da respiração e alimentação. Sua atuação, nesse sentido, é receber essas impurezas e produzir células de defesa (linfócitos) para proteger nosso corpo. Trata-se de uma área extremamente vascularizada, conforme salienta o especialista.

No que diz respeito aos sinais de alerta para problemas nas amigdalas, doutor Alexandre destaca o inchaço que causa prejuízo para a respiração e deglutição. Em algumas situações, até mesmo a voz pode ficar com aspecto “abafado”. Além disso, infecções recorrentes da garganta – que acontecem várias vezes ao ano acompanhadas de febre – são motivo de preocupação.

O otorrino ressalta a diferença entre infecções e inflamações da garganta. “A inflamação das amigdalas nem sempre é um processo tão debilitante para o paciente. Já a infecção bacteriana deve ser tratada com analgésicos e antibióticos devidamente prescritos. Daí a importância de não se automedicar ou pedir orientação ao balconista de farmácia, pois somente o especialista saberá indicar o tratamento correto para cada situação”, argumenta.

De acordo com o médico, nem todo problema das amigdalas tem indicação cirúrgica. Ele esclarece que, atualmente, a cirurgia se restringe aos quadros onde a indicação é absoluta após uma avaliação detalhada feita pelo otorrinolaringologista. “Na grande maioria dos casos, a operação é feita por volta dos três a sete anos de idade”, diz.

Um dos maiores avanços na amigdalectomia, segundo o especialista, é a indicação ideal. Hoje, apenas retira-se as amigdalas em casos extremamente selecionados. Em termos de técnicas, existem várias possibilidades. Desde a tradicional até a cirurgia a laser. “A melhor técnica é aquela que o cirurgião domina com maestria”, afirma doutor Alexandre, explicando que a cirurgia clássica é a mais realizada na região, seguida de sutura dos pontos hemorrágicos que possam surgir ou cauterização elétrica, dependendo da necessidade do paciente.

Fonte: Revista Viver