As infecções virais, como gripes e resfriados, o ar seco e a tendência em permanecer em locais fechados, pouco ventilados e que concentrem alérgenos como poeira e mofo, são os principais responsáveis pela asma brônquica, doença que acomete cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo , 60% das quais são crianças .

Na década de 90, a mortalidade por asma, no Brasil, aumentou em cerca de 40% . A doença afeta 10% da população brasileira, aproximadamente 16 milhões de pessoas, causando perto de 2,200 óbitos por ano, 70% durante a hospitalização, e é responsável peço terceiro gasto do SUS com hospitalizações: US$76,8 milhões. É a quinta maior causa de internações hospitalares. O Nordeste é a região do país que concentra o maior numero de internações de asmáticos por ano (136.902); em seguida o Sudoeste (103.950).

A principal característica associada à asma na infância é a alergia, sendo o ácaro doméstico o agente mais citado pelos médicos.É comum os pais confundirem os pais confundirem os sintomas da doença – chiado no peito, tosse, falta de ar e problemas respiratórios – pensando tratar-se de uma simples gripe.”É importantíssimo fazer o diagnóstico correto da asma para um tratamento adequado”, comenta a pediatra Cristina Miuki Jacob, chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança.

A asma se caracteriza por uma inflamação crônica dos pulmões, principalmente dos brônquios, mas não é suficiente tratar só da inflamação. É importante evitar que o pulmão se inflame. Nossos pulmões têm centenas de pequenas vias respiratórias que carregam o ar que inalamos. Mas os pulmões dos asmáticos são quase sempre mais sensíveis e, quando inflamados produzem uma reação alérgica a qualquer irritante – ou alérgeno-aspirando do ambiente, explica especialista.

Numa crise de asma, as vias respiratórias se contraem à medida que as paredes internas incham e se apertam, muitas vezes produzindo muco viscoso e provocando chiado, tosse e falta de ar. O tórax parece comprimido como se fosse apertado por uma grande cinto.”É grande a evidência de que a poluição do ar, especialmente aquela ocasionada pelos gases dos veículos, é um dos agentes que pode provocar crises. Os asmáticos correm maior risco nos dias de inverno sem vento , quando surge uma mistura de nevoeiro e fumaça, como ocorreu no ano passado , quando três poluentes- o monóxido de carbono , o dióxido de nitrogênio e as partículas em suspensão na atmosfera- atingiram níveis elevados em São Paulo. Se a pessoa for exposta a esses elementos , a crise asmática poderá ser acionada por um número menor de fatores alérgenos .

Essa é uma das conclusões de uma pesquisa do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo. Outros fatores ambientais também podem causar crises de alergia respiratória. Durante a primavera , quando ocorre a polarização das flores , milhões de grãos de polén se espalham e também são responsáveis por um aumento de cerca de 20% de casos de asma , e o numero de pacientes asmáticos hospitalizados aumenta.

Segundo o especialista Carlos Alberto de Castro, presidente do comitê Multidisciplinar de Asma Brônquica, “o fumo é outro fator responsável .Estudos demonstraram que, se a mãe fuma durante a gravidez ou perto do recém- nascido, é maior a probabilidade de a criança se tornar asmática”.

Enfrente a crise

Cristina Jacob do Instituto da Criança, recomenda que, para lidar com as crises , devem-se tomar seguintes providências :

1 – recorra imediatamente ao spray ou faça de 10 a 15 minutos de inalação para dilatar os brônquios e ajudar a respirar;
2 – se não registrar nenhuma melhora, entre imediatamente em contato com o médico ou leve o paciente ao pronto – socorro;
3 – se tiver que repetir o uso do spray a intervalos menores de três horas, procure o médico.Isso indica que a asma não está controlada e o tratamento precisa ser ajustado.

FONTE: LINCX