As orelhas possuem grande importância no nosso sistema auditivo, já que são responsáveis pela captação das ondas sonoras do ambiente. Porém, a sua aparência pode representar um sério problema de autoestima para crianças e adultos. Atualmente, cerca de 5% da população é portadora da chamada “orelha de abano”. A herança familiar é observada em 60% desses casos. Diante do bullying sofrido, algumas pessoas acabam optando pela realização da cirurgia de otoplastia.

O otorrinolaringologista Paulo Igor Lial, especialista em plástica facial, explica quais as principais deformidades da orelha de abano. “As principais deformidades são a má formação da anti-hélice, o aumento da cocha auricular e o lóbulo proeminente. A otoplastia tem sido considerada como um procedimento estético-funcional, uma vez que, além de corrigir as deformidades das quais os pacientes se queixam, restaura a autoestima, mantendo as orelhas estruturadas e de aspecto natural e possibilitando resultados duradouros.”, explica o médico Paulo Igor.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a otoplastia está entre os procedimentos mais procurados pelos homens, representando cerca de 30% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil.

“A Otoplastia pode ser realizada, em média, a partir dos oito anos de idade. Tal procedimento pode ser feito com anestesia local, local com sedação ou anestesia geral. Normalmente, em crianças, fazemos a cirurgia com anestesia geral, pois precisamos manter a cabeça em posição estática por muito tempo, sem que haja movimentação excessiva. Já em adultos, pode ser feito com sedação, dependendo do grau de tensão e nervosismo, ou apenas com anestesia local, sem nenhuma limitação ao resultado final”, disse o especialista.

A cirurgia pode trazer diversos benefícios, como a diminuição das práticas de bullying, aumento da autoestima, menor tendência a depressão, maior ganhos sociais, além de um melhor convívio no ambiente escolar.

Para o especialista, apesar de a otoplastia não ser considerada um procedimento de alta complexidade, é necessário adotar certo cuidados no pós-operatório. “O paciente, após o procedimento, pode sentir dores, pois, além da incisão e dos pontos realizados, pode haver inchaço local; entretanto, é importante destacar que, no pós-operatório, as complicações podem ser prevenidas mediante a prescrição de medicamentos. Além disso, recomendamos a utilização de faixas compressivas, para que não tenhamos complicações como os hematomas. Por fim, é sempre importante que o paciente retorne ao consultório periodicamente, para que o médico possa avaliar a recuperação”, conclui o otorrinolaringologista Paulo Igor Lial.