O uso prolongado, em altas doses, de quase 60 remédios, pode provocar tonteira, zumbido e até surdez. Entre as substâncias que mais podem causar problemas de audição estão, por exemplo, o salicilato de sódio – comum em remédios para inflamação e dor, diuréticos e anticoagulantes. Atualmente, é comum as pessoas tomarem remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, o que é perigoso. As substâncias conhecidas como ototóxicas causam lesões graves e, muitas vezes, irreversíveis à cóclea, a parte do ouvido humano responsável pela audição.

Embora nem sempre possam ser evitados, os remédios ototóxicos devem ser ingeridos com conhecimento médico para evitar problemas. O ideal é que, antes do tratamento, sejam feitos exames para verificar se já existe alguma lesão que possa se agravar com o uso do remédio. Os quimioterápicos, usados no tratamento de câncer, e os antibióticos da família dos aminoglicosídeos, usados na prevenção e no tratamento de infecções pós-operatórias, são outros exemplos de remédios que podem acarretar danos irreversíveis à audição.

Quando a perda auditiva causada por medicamentos ototóxicos ocorre ainda na infância, a lesão da cóclea – responsável por transmitir a vibração sonora do ouvido até o cérebro -, traz problemas para a fala e o aprendizado. Nesses casos, a perda auditiva é irreversível e o processamento do som sofre prejuízo. Perde-se a capacidade de perceber com clareza a voz humana, os sons do ambiente e até a própria voz. Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. Nos ouvidos, esses medicamentos causam uma perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento.