Nesta época do ano, Teresina ainda apresenta um tempo muito instável com bastante sol e chuvas. Esse clima é a porta de entrada para muitos problemas respiratórios, entre eles a congestão nasal, também conhecida como “nariz entupido”. Para muitos, a solução mais rápida são os descongestionantes nasais. Porém, de acordo com especialistas, o medicamento nem sempre é a melhor opção.

“O uso dos descongestionantes aumenta o risco de problemas cardiovasculares, como arritmias cardíacas, hipertensão arterial ou até mesmo tromboses”, explica o Otorrinolaringologista Danillo Rodrigues.

A congestão nasal é uma inflamação ou irritação que faz com que partes do nariz (chamadas cornetos) aumentem de tamanho. Os descongestionantes contraem os vasos sanguíneos, fazendo com que essa área desinche e a respiração fique mais fácil. O perigo é que o remédio acaba contraindo outros vasos, inclusive artérias do coração, pois faz com que o sangue passe com mais força pelos vasos, aumentando a pressão, o que pode colaborar para bloquear de vez uma artéria, levando ao infarto.

“Além disso, na mucosa nasal, o uso abusivo provoca uma reação inflamatória, fazendo com que seja preciso quantidades cada vez maiores do remédio para se obter um alívio, gerando uma dependência, condição chamada de Rinite Medicamentosa”, completa o médico.

O otorrinolaringologista acrescenta que durante a gravidez há riscos também para o bebê. “Os perigos do uso desses medicamentos na gravidez incluem vasoconstrição das artérias uterinas, que reduz o fornecimento de sangue para o feto. Durante a amamentação pode causar irritabilidade, insônia e taquicardia no bebê. Além disso, esses medicamentos podem reduzir o volume médio de leite materno. Alterações de humor, tremores, agitação e dificuldade de urinar também são frequentes”, acrescenta.

Mesmo quem não tem problemas cardíacos deve evitar o uso contínuo. “O ideal é que sejam usados pelo menor tempo possível, em torno de três a cinco dias. Devem ser evitados, sobretudo, por crianças, idosos, pessoas com problemas cardíacos e da tireoide, hipertensos, gestantes, durante amamentação e em homens com aumento da próstata”, recomenda.

Danillo Rodrigues finaliza elencando outras alternativas para a desobstrução do nariz. “A congestão apresenta causas diferentes e, consequentemente, os tratamentos também são. Portanto, o ideal é que seja feito uma avaliação especializada com o otorrinolaringologista para um diagnótico preciso. Até que essa avaliação seja feita, o recomendado é cuidar da higiene nasal com uso de soro fisiológica 0,9%, duas ou três vezes por dia, para eliminar impurezas que eventualmente estejam na cavidade do nariz. Isso não resolve todas as causas, mas de uma maneira geral, não apresenta contraindicações”, pontua.