Tosse, febre, dor nos dentes superiores, diminuição do olfato, secreção e obstrução nasal. Esses sintomas são característicos da sinusite, inflamação que atinge a região dos seios da face e que pode, quando não tratada, apresentar quadros graves, como a propagação da doença para a área dos olhos, causando a perda da visão.

Nesse caso, a secreção acumulada na região pode comprimir os vasos sanguíneos, gerando uma lesão irreversível na retina e no nervo óptico. Para que essas complicações sejam evitadas, um médico especialista deve ser consultado e as medicações prescritas devem ser utilizadas corretamente.

“Quem sofre com a patologia deve, antes de mais nada, fazer uma consulta com o especialista para avaliar o tipo da doença, pois algumas possuem tratamento de curto prazo com resolução completa, enquanto outras vão requerer um acompanhamento prolongado, com uso de medicações por um longo período para que haja um controle adequado”, explica o otorrinolaringologista Carlos Fabian.

Existe mais de um tipo de sinusite, podendo ser considerada aguda (sintomas com duração de até 3 meses) ou crônica (sintomas com duração de mais de 3 meses). O tratamento varia de acordo com o tipo da doença, podendo incluir irrigação nasal com soro fisiológico, corticoides orais ou em forma de sprays nasais, antibióticos, antialérgicos com ou sem descongestionantes e até mesmo cirurgias, geralmente reservadas para casos crônicos e sem boa resposta ao tratamento medicamentoso.

Além disso, rinite e sinusite também são confundidas facilmente. “Classicamente, a rinite é a inflamação do revestimento interno do nariz (mucosa), apresentando como principais sintomas a obstrução nasal, espirros, coriza e coceira no nariz e nos olhos; enquanto a sinusite é a inflamação da região da face formada por cavidades ósseas ao redor do nariz – localizadas nas maçãs do rosto e próximas aos olhos, por exemplo. Atualmente, o termo rinussinusite tem sido mais aceito pois a rinite e a sinusite são doenças em continuidade, com a inflamação nasal se estendendo para os seios paranasais”, esclarece o médico Carlos Fabian.

O especialista explica ainda a incidência da doença em relação ao clima de Teresina. “A época de chuvas traz consigo um risco aumentado para rinossinusites, devido a um aumento nos índices de infecções de vias aéreas superiores. Já na época de clima seco, o muco produzido pelo nariz e pelos seios paranasais tende a ficar mais ressecado, espesso, o que dificulta o processo de ‘auto-limpeza’ dessas regiões, podendo desencadear um maior número de crises alérgicas”, conta.

O diagnóstico da rinossinusite é, primariamente, clínico, baseado nos sintomas referidos pelo paciente e nos encontrados pelo médico durante o exame físico no consultório. Porém, de forma auxiliar, costuma-se aprofundar a avaliação com a endoscopia nasal, quando uma pequena câmera é introduzida em cada uma das narinas. Além disso, a tomografia da face auxilia na melhor avaliação dos seios paranasais, sendo essencial em casos com indicação de cirurgia ou em caso de complicações das sinusites.