labirinto

O equilíbrio corporal está intrinsicamente ligado ao ouvido, mais precisamente ao labirinto (ou aparelho vestibular) que é a região do ouvido interno responsável pela noção de equilíbrio e percepção de posição do corpo, ele está conectado à visão e ao sistema nervoso. Algumas pessoas sentem tonturas e/ou vertigens com alguma frequência e logo associam à Labirintite.

Tontura ou vertigem associada a zumbidos ou dores de cabeça nem sempre levam ao diagnóstico de Labirintite, as pessoas costumam chamar qualquer distúrbio na região do ouvido interno de labirintite quando o termo correto é labirintopatia, sendo labirintite apenas uma delas. “Labirintite é um caso muito raro, pois é uma infecção muito grave e até mesmo destrutiva no labirinto, causando uma crise vertiginosa aguda muito intensa com desequilíbrio acentuado e que resulta numa perda auditiva profunda. Pode ocorrer a partir de uma meningite, que é uma infecção do sistema nervoso central e que se disseminou para a orelha interna, ou a partir de uma infecção no ouvido, mas não é um quadro muito comum”, afirmou o médico otorrinolaringologista Erick Barros Araújo Luz.

As labirontopatias são ocasionadas por inflamações, infecções, tumores ou até mesmo doenças neurológicas. Quando uma infecção ou inflamação atinge o labirinto, o nosso equilíbrio fica realmente comprometido, pois ele passa a funcionar de modo inadequado, enviando informações erradas ou conflituosas para o cérebro, resultando em tonturas ou vertigens.

Segundo o médico, é importante destacar que a tontura nem sempre está ligada às labirintopatias e que o bom IMG_4241funcionamento do labirinto pode ser afetado também por alterações sistêmicas do organismo. “Privação de sono, jejum prolongado, sedentarismo, anemia, ansiedade, depressão, pressão baixa e hipoglicemia são exemplos de alterações na condição sistêmica do organismo que levam ao desequilíbrio funcional do labirinto”, esclareceu.

Se você tem uma vida saudável e mesmo assim se sente tonto em algumas ocasiões, é preciso investigar este sintoma com mais atenção. “Cada labirintopatia tem sua forma de ser detectada e tratada. O paciente pode estar tonto porque tem taxas anormais de glicose no sangue, mas também pode estar com uma doença que futuramente pode comprometer sua audição. Procurar orientação médica o quanto antes é sempre a melhor forma de prevenção nestes casos”, aconselhou Erick Barros.

Como exemplos de doenças primárias que afetam o labirinto, o otorrino citou:

  • Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB): Seus sintomas são episódios repetidos de vertigem posicional, ou seja, uma sensação rotatória causada por mudanças bruscas na posição da cabeça. Essa vertigem é fugaz, geralmente dura de segundos a minutos e não está associada a diminuição da audição e nem a zumbidos. Seu tratamento é feito através de manobras de reposicionamento dos otólitos do ouvido interno.

 

  • Doença de Ménière: Crises recorrentes e episódicas de vertigens que duram horas ou até mesmo dias. A tontura é acentuada e associada à sintomas auditivos, no período em que ela está muito tonta a audição diminui, ela sente zumbidos no ouvido e plenitude auricular. Ao longo do tempo, se não tratado, o paciente tem perda auditiva progressiva, a cada crise o dano auditivo vai piorando.

 

  • Neuronite Vestibular: pode ser um ataque único de vertigem, uma série de ataques, ou uma condição persistente que diminui em duas semanas. Acompanhada de náusea, vômito e/ou infecções respiratórias. Pode também estar associada a oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos osolhos. É uma inflamação do nervo vestibular, o nervo que conecta o ouvido interno ao cérebro. Não há perda de audição.