No período da Quaresma o consumo de pescados aumenta e, por conta disso, temos que ter cuidado em dobro ao ingerir esses alimentos. A ingestão de uma espinha de peixe pode provocar lesão na cavidade oral, faringe, laringe, esôfago, estômago e intestino, causando lacerações ou até mesmo perfuração dessas estruturas. O sintoma mais comum é desconforto no local em que a espinha ficou alojada.

O otorrinolaringologista Dr. Flávio Santos orienta que o paciente não deve ingerir nada após o acidente. “Não se deve comer pão e farinha, nem beber grandes quantidades de líquidos, como é orientado popularmente, pois isso pode dificultar ainda mais a localização do corpo estranho”, afirma o médico.

Ele acrescenta ainda que, ao ingerir uma espinha, a pessoa deve procurar um especialista para determinar a localização da mesma. “As formas de retirar a espinha variam, por conta disso é necessária a identificação do corpo estranho antes de removê-lo. Então, o paciente deve manter a calma, evitar tocar no objeto e procurar um pronto-socorro”, aconselha Dr. Flávio Santos.

Inicialmente, tenta-se identificar a espinha de peixe por meio da oroscopia, que é o exame da cavidade oral. “Em grande parte das vezes, ela está alojada nas amígdalas e é removida no próprio consultório com auxílio de pinças especiais. Quando isso não é suficiente para localizar o corpo estranho, é necessária a realização de outros exames, como videolaringoscopia, broncoscopia ou endoscopia digestiva. O jejum é necessário para a realização da broncoscopia e da endoscopia digestiva, sendo mais um motivo para não tentar remover o corpo estranho ingerindo outros alimentos”, finaliza o otorrinolaringologista.

Ao comer um peixe, tome alguns cuidados: inspecione o mesmo antes de levá-lo a boca, coma pequenas porções de cada vez e mastigue bem antes de engolir. Isso previne a ingestão acidental de uma espinha e , dessa forma, os danos que isto acarreta.